Ontem no terreiro que trabalho tivemos uma
aula muito interessante de nossa irmã Nelma (que, aliás, merece todas as
reverências pelo seu maravilhoso trabalho de levar o ensinamento de forma caridosa
a quem precisa) sobre miasmas e larvas astrais. Eu conhecia pouca coisa e
achava, sinceramente, que era tudo igual. Para mim miasma e larva eram sujeiras
que ficam no astral, mas descobri que é bem mais que isso.
A escritora Rhonda Byrne ficou famosa pelo seu
livro O Segredo, onde ajuda a descrever alguns conceitos que quem é umbandista
já deveria saber faz tempo: somos feitos de energia e emanamos energia o tempo
todo através de nossos pensamentos e atitudes; e tudo aquilo que jogamos para o
universo, volta para nós de alguma forma. Se temos bons pensamentos e bons sentimentos
na vida, recebemos de volta na mesma medida. Se nossos pensamentos e
sentimentos são ruins, pesados, então o que receberemos de volta algo parecido.
Seria uma espécie de Lei do Retorno associada de forma direta com as
consequências que devemos ter para nosso crescimento enquanto indivíduos
baseados no Livre Arbítrio.
Se tudo que existe, incluindo nós mesmos, é
composto de energia, então tudo aquilo que pensamos volta para nós não apenas
como uma mera consequência do carma que geramos (exemplo: quem um dia bate
outro dia vai apanhar), mas também como energia negativa ou positiva, e essa
energia acaba nos cercando e de certa forma impregnando em nossa aura.
Na medicina, quando há alguma sujeira no corpo
da pessoa, é utilizado o termo miasma. A espiritualidade emprestou este termo e
determinou que tudo aquilo que forma algum tipo de marca em nossa aura, seja
ruim ou até mesmo boa, é considerado um miasma. Quando esse miasma, formado por
energias geradas através de pensamentos negativos, fica impregnado em uma
pessoa, é denominado miasma deletério (que é o que, por padrão, chamamos de
miasma negativo).
Segundo Sthefany Nolasco, especialista no
assunto, os miasmas são uma espécie de “plastificação” de nossos atos e
pensamentos, tendo a capacidade de grudar em tudo que nos cerca, além de nós
mesmo. Quando uma pessoa está com grande quantidade de miasma deletério a seu
redor, é bastante comum que aquela energia negativa acabe somatizando e se
transforme em sintomas de doenças que a pessoa sequer tem. Dores de cabeça,
peso nas costas, incômodo estomacal, etc, podem ser consequência de uma
concentração grande de energia de baixa vibração. A contrapartida é verdadeira,
então ao ponto que dores podem ocorrer, é fato que alguém que se cerca de
energia positiva consegue sentir em seu corpo as boas consequências de seus
pensamentos, ficando mais leve e conseguindo afastar de si os sintomas de
desconforto causados por pensamentos negativos de outras pessoas.
Existe uma situação que acaba sendo bastante
perigosa, que é quando em algum ambiente fechado (casa, escola, trabalho,
carro, etc) o acúmulo de energia negativa é tão grande que os miasmas ficam
impregnados de tal forma nas paredes que acabam gerando aquilo que chamamos de
larvas espirituais (ou astrais), que nada mais são do que seres asquerosos sem
qualquer tipo de pensamento, que existem apenas para propagar aquele tipo de
pensamento de baixa vibração.
Essas larvas ficam grudadas nas paredes,
móveis e tudo mais que existe em um ambiente e elas agem de forma parasitária,
se nutrindo das energias negativas existentes e, para piorar a situação,
provocam incômodos nas pessoas que estão naquele ambiente que, invariavelmente,
por conta deste incômodo acabam brigando ou entrando em situações negativas e
gerando ainda mais energia de baixa vibração, o que alimenta essas larvas e faz
com que elas se propaguem cada vez mais. Ou seja, ter larva espiritual em um
ambiente á muito complicado e gera uma série de problemas de difícil solução.
Como o próprio nome diz, esses seres têm a
aparência de larvas nas cores verde musgo (bem escuto) e uma cor avermelhada
escura, parecendo sangue pisado. Além disso, em casos muito específicos, quando
o ambiente tem o acúmulo dessas larvas por um grande período de tempo, sendo
alimentadas, existe uma espécie de eclosão e elas tomam aparências distintas,
geralmente seres bestiais. Esses seres estão vinculados a algum tipo específico
de energia negativa liberada pelas pessoas e acompanham as pessoas nesses atos.
Vamos a alguns exemplos:
Dragões surgem em
ambientes ligados à luxúria, tais como prostíbulos e bordéis. Esses seres são
criados pelos pensamentos das pessoas que frequentam e o mal que causam é o
vício na luxúria, causando uma espécie de vício nas pessoas que são
sugestionáveis.
Os Íncubus
e Súcubos são um caso interessante,
pois são uma espécie de simbiose entre espíritos desencarnados que possuíam compulsão
pelo sexo e ainda não conseguiram se livrar dele, junto as larvas astrais. Esta
junção cria o Íncubus, que acompanha a mulher e o Súcubos que acompanha o
homem. A presença desses seres é extremamente perigosa pois ela existe única e
exclusivamente para acompanhar as pessoas durante a relação sexual, se
alimentando daquela energia e gerando uma compulsão cada vez maior pelo sexo,
de forma indiscriminada, o que pode acarretar em promiscuidade e o fim de
relacionamentos.
Vale ressaltar que não é porque alguém é
promíscuo (ou seja, tem mais de um parceiro sexual ao mesmo tempo, sem o consentimento
do outro) que está com um íncubus ou súcubos. Na maioria dos casos é falta de
caráter mesmo.
Os Fantasmatas
são circulam os cemitérios e são criados pela concentração de energia negativa
que acompanham as pessoas que enterram seus parentes, amigos, etc. Claramente
os sentimentos naquele momento são ruins e geram uma energia pesada. Como não existe
outra energia trazida pela maioria dos encarnados em um cemitério, além da dor
pela perda, a presença dos fantasmatas é bastante comum.
Esses seres tendem a acompanhar durante um
tempo pessoas receptivas a aquele sentimento, mas retornam ao cemitério pois
ali terão a certeza de serem alimentados pelas energias de baixa vibração contidas
nos pensamentos daqueles que enterram seus entes.
Sabe aquela frase antiga que diz “fulano está com Encosto”? Pois bem, esse tipo de ser existe e é gerado quando
um sentimento de inveja de uma pessoa para outra é contínuo e dura algum tempo.
As larvas astrais se juntam e nasce um ser completamente desforme que acompanha
o alvo da pessoa invejosa. O interessante sobre este ser é que quando ele é
destruído, acaba voltando para a pessoa que o gerou (ou seja, o invejoso).
Então quando dissemos que todo sentimento de inveja que vai, volta, é realmente
verdade.
Mas o que fazer se você está com miasma deletério
e, pior ainda, cercado dessas larvas astrais? Está tudo perdido? Claro que não.
Para rigorosamente todo problema há uma solução, e neste caso são várias, as
quais elenco para reflexão dos amigos leitores:
Bons Pensamentos: se os
maus pensamentos geram os miasmas deletérios, os bons pensamentos geram os
miasmas positivos. Quando no começo, se um miasma deletério for criado por
alguma situação pontual existente, um pensamento positivo de verdade, vindo do
coração, pode acabar com aquela energia negativa e transmuta-la em positiva.
Reforma
Íntima: esse assunto é muito mais complicado do que parece, e merece uma
análise bem mais aprofundada, mas basicamente fazer um exercício diários e
constante em melhorar tudo aquilo que você pensa e faz, vai gerar a tal reforma
íntima, que só existirá se for algo realmente feito de coração, não apenas da
boca para fora.
Evitar
Situações Negativas: eu sei que essa parte já é bem mais complicada,
pois muitas vezes somos colocados em situações que geram algum tipo de
negatividade, mesmo não querendo. O que podemos fazer, no entanto, é sempre manter
os pensamentos em alta vibração, ou seja, focado em coisas boas. Tentar não
focar no problema, mas buscar uma solução que seja harmoniosa.
Eu particularmente adoro uma cerveja gelada em
um boteco sexta de noite, mas o ideal mesmo é evitar qualquer tipo de lugar que
tenha acúmulo de energias negativas, e os bares invariavelmente são assim. Nós
umbandistas, após irmos a algum bar ou similar, devemos tomar banho de
descarrego para nos limpar daquelas energias. E, claro, é sempre bom lembrar
que não devemos abusar do álcool, cigarro e semelhantes. Como diz nossa
professora Nelma “quando bebemos, não
bebemos sozinhos”.
Rituais de
Limpeza de Ambiente e Pessoal: esqueceu de fazer tudo isso ou já estava
infestado de energia negativa? Então é o caso de providenciar uma limpeza não
apenas em você (através dos banhos de descarrego e proteção), mas
principalmente nos lugares onde há a presença das larvas.
Banhos
Vou citar os mais simples, mas é sempre bom
lembrar que existe uma infinidade de outras combinações de ervas que podem
gerar um efeito diferente e até melhor. Como não sei das condições de todos os
amigos leitores, vou usar os mais simples e conhecidos.
Banho de
sal grosso: 2 litros de água e 7 colheres de sopa de sal grosso.
Basta ferver a água por 2 minutos e tirar o
excesso de sal (as pedras que não derreteram). Espere esfriar ao ponto de não
queimar sua pele e, após tomar um banho normal, jogue o banho de sal grosso do
ombro para baixo.
Eu aprendi com alguns guias espirituais e
reforcei com o mestre Erveiro Adriano Camargo que devemos esperar algum tempo
até o banho fazer efeito (cerca de 10 respiradas profundas) e depois podemos
tomar outro banho, porque muitas vezes a presença do sal após secar incomoda
bastante. Se você vai tomar ou não outro banho, aí é decisão de cada um. Eu
particularmente tomo e me sinto bem do mesmo jeito.
Banho de
proteção: o sal grosso não protege, ele apenas descarrega as energias que
estão com a pessoa, promovendo uma limpeza. Se o banho de sal grosso for tomado
pela manhã, então na tarde do mesmo dia a pessoa pode tomar o banho de
proteção. Se o banho com sal grosso foi tomado de noite, a pessoa poderá tomar
o banho de ervas na manhã seguinte.
Para esse banho, precisamos de ervas quentes
que, inclusive, são direcionadas para a limpeza de sujeiras causadas por
miasmas e larvas astrais. As ervas são:
Guiné (é uma
erva que tem a propriedade de cortar qualquer tipo de ligação negativa, então a
energia emanada da guiné dificulta que energias negativas acoplem na pessoa);
Arruda (talvez a
mais conhecida erva de proteção que existe, é sempre eficaz num banho de defesa);
Eucalipto, Quebra Demanda
ou Pinhão Roxo (são ervas de proteção e ajudam na sustentação do trabalho das
demais);
Casca de Alho (além de
ser uma erva de proteção e descarrego de energias negativas, também promove o
afastamento de energias negativas geradas por espíritos obsessores que
eventualmente tenham afinidade energética com o ambiente carregado);
Cânfora (é uma
conhecida erva de cura que misturada com as demais, tem a função de alinhar a
energia da pessoa que eventualmente tenha se desgastado devido aos miasmas
deletérios ou larvas astrais).
A pessoa deve macerar as ervas em água morna,
rezando e pedindo proteção. O banho pode ser feito da cabeça aos pés, seguindo
a mesma ritualística do banho de sal grosso (tomar um banho normal antes e
outro depois, se assim quiser).
A partir de agora você estará limpinho,
bastando manter uma vida regrada e cheio de Deus no coração. Mas, contudo, no
entanto, todavia vocês vão falar “Sergio,
e minha casa cheia de larvas?”. Eu respondo: vamos defumar!
É basicamente isso mesmo. A pessoa estando
limpa e com a mente serena, focada em sua mudança, deve realizar a limpeza do
ambiente, que no caso de nós, umbandistas, está na defumação.
Eu aprendi com o amado Caboclo Jaguara e com
Seu Tempestade que toda erva utilizada em banho pode ser usada em defumação,
mas não o contrário. Sendo assim, defumar o ambiente com as mesmas ervas utilizadas
no banho (o mesmo tipo, por favor não usem literalmente a mesma erva molhada
heim) é uma solução fácil para esses casos.
A defumação deve sempre ser feita da parte de
trás para a frente da casa e de dentro para fora, com orações de limpeza ou
pontos de defumação. Esta defumação pode ser feita dia sim dia não, até que o
clima no lugar melhore (acredite, a diferença é bem grande).
Quando o ambiente está muito mais pesado que o
normal, a defumação pode demorar mais para fazer efeito, então nesses casos é
recomendado um dos rituais mais antigos da Umbanda, que é o bate folhas.
O bate folhas foi introduzido em nossa
religião pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, o qual amarrava uma quantidade de
ervas específicas e “batia” levemente com essas ervas no consulente, promovendo
sua limpeza. Com o passar do tempo, os médiuns aprenderam como consagrar
aquelas ervas e as utilizam para limpeza de ambientes.
Quando se faz necessária a utilização de um
bate folhas em casa, é fato que a situação é mais grave do que as cotidianas,
então podemos e devemos utilizar todo o conhecimento adquirido para tal, sendo
que por diversas vezes o médium que realiza o bate folhas na casa de alguém,
recebe a energia de algum guia para que o acompanhe. Esta energia em boa parte
dos casos decorre da aproximação de um Exu, o qual tem condições de manipular
toda e qualquer erva consagrada para utilização na Umbanda.
Se a pessoa que fizer o bate folhas não souber
se terá a companhia ou não de Exu, então é aconselhado fazer um ramo com as seguintes
ervas: arruda, guiné, quebra demanda, pinhão roxo, eucalipto e manjericão (a
única das ervas mornas, utilizada para regeneração do ambiente).
Se o médium que fizer o bate folhas tiver
conhecimento que será acompanhado por Exu, então pode utilizar as seguintes
ervas:
Amoreira: a folha
desta árvore tem a característica de armazenar as energias durante o dia e no
final da tarde descarregar. O uso desta erva, portanto, é bastante eficaz mas
tem que ser feito de forma consciente, pois se se o chumaço de folhas não for
descarregado da forma correta, pode trazer de volta as energias negativas;
Aroeira: além de
descarregar, tem a função de atuar especificamente em questões de compulsão sexual,
portanto é recomendado seu uso quando tiver a presença de íncubus e súcubos, ou
em rituais feitos em locais onde exista ou existiu atividade sexual constante e
desregrada (bordéis, por exemplo).
Arrebenta
Cavalo: tem função parecida com a aroeira, porém em menor escala. Sua
principal característica neste ritual é a de fixar a energia das demais ervas
por maior tempo no ambiente;
Arruda: olha ela
aí de novo. Arruda também é erva de Exu e serve como ótimo descarrego;
Bardana: não é
fácil ser encontrada, mas quando utilizada no bate folhas, além de ajudar no
descarrego do ambiente, ajuda na proteção do médium, evitando que ele receba
alguma carga energética negativa;
Cana de
Açúcar: consagrada a Iansã e Exu, é uma erva com fortíssimo poder de descarrego
de ambiente, inclusive quando existe a presença de obsessores;
Cardo
Santo: deve ser utilizado em rituais onde existam a presença de
animais;
Fedegoso
(ou Crista de Galo): além de descarregar e proteger, esta erva
tem a propriedade de energizar o ambiente e quebrando especificamente larvas que
atentam contra a saúde das pessoas;
Mamona: uma das
mais conhecidas e fortes ervas consagradas a Exu, não pode faltar num bom bate
folhas;
Mangueira: fácil de
ser encontrada, as folhas da mangueira limpam e protegem;
Pinhão
Roxo: também comum de ser encontrada, serve como descarrego de
ambiente.
Essas são as ervas que podem ser utilizadas em
um ritual de bate folhas com Exu, porém vale lembrar que o ritual pode ser
feito com pelo menos três dessas ervas, não necessitando todas elas.
Gostaram do assunto? Eu particularmente achei
muito legal e vou estudar mais a respeito, sempre tendo em mente que preciso
mudar e ser uma pessoa melhor a cada dia.
Axé



Show aprendi muita coisa !!!!
ResponderExcluirAmei muito bom 😍👏😍👏😍
ResponderExcluirTem alguma oração para isso?
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