segunda-feira, 18 de março de 2019

Batismo na Cachoeira - TUOBM 17/03/2019

O batismo do umbandista é um dos rituais mais lindos que existe na religião. É simples, sem muita pompa, mas traz em cada gesto, em cada intenção, a beleza e a força de uma mudança de vida. O renascimento para a Umbanda é o renascimento da pessoa, pois a Umbanda em si é a mudança para melhor. 

Participar do ritual de batismo, portanto, é um verdadeiro privilégio e me faz amar cada vez mais e mais nossa amada religião. Ontem, (17/03/2019) foi um dia especial, pois novamente tive a oportunidade de ser o padrinho na religião de duas pessoas que amo desde o dia que os conheci: Thamires, uma pessoa forte, com a personalidade que os filhos de Oxossi têm de sobra, aliado à doçura de Iemanjá. Carrega consigo a coroa dos líderes, e me sinto honrado em saber que sou o padrinho de uma das médiuns mais seguras de si que já conheci. 

Paulo não é só Paulo. É Paulão e Pablito... uma das pessoas mais doces e caridosas que conheci em minha vida inteira. Seu senso de humor misturado com sua seriedade militar na condução dos assuntos polêmicos, o faz um Umbandista que traz em seus passos a retidão do Pai Ogum. Apadrinhar o Paulo é apadrinhar a Umbanda em sua forma mais pura.

Antes de compartilhar com vocês algumas das fotos e vídeos deste dia maravilhoso, gostaria de agradecer a minha Mãe de Santo, Jaimara Calegari, pela confiança e direcionamento, bem como a madrinha Virginia e a maezinha Pamela. Logicamente a todos os meus irmãos em Oxalá da Tenda de Umbanda Ogum Beira Mar, em especial aos "renascidos" Yuri, Brenda, Rosângela, Marcela, Camila.











terça-feira, 12 de março de 2019

Incorporação Fora do Terreiro

Olá povo do Axé. Novamente um assunto que, apesar de polêmico, deve ser entendido por todos os médiuns, especialmente os mais novos, aqueles que estão há pouco tempo na religião e ainda aprendendo a entender sua mediunidade. Falaremos um pouco sobre incorporação fora do terreiro.

É relativamente comum chegar até o meu conhecimento o fato de algum médium ter sido visto recebendo um determinado guia em casa, numa balada, numa reunião na casa de algum amigo, etc. Sempre que alguém me traz essa informação, a primeira coisa que eu pergunto é quem era o médium. E eu não pergunto pra fofocar ou algo parecido, mas porque da mesma forma que existem mediunidades distintas, também existem médiuns distintos entre si. Não há como dizer que uma pessoa que começou ontem na religião esteja tão desenvolvido ou tão firme com sua mediunidade do que quem está há mais tempo trabalhando na Umbanda e conhecendo como sua mediunidade funciona. 

Quando começamos o desenvolvimento mediúnico, fazemos dentro de um terreiro não por conveniência, mas principalmente por segurança. O terreiro é um local Sagrado, consagrado e PROTEGIDO. Só passa pelas defesas de um terreiro aquilo que os Guardiões da casa permitem, então quando um médium iniciante passa a ser desenvolvido, vai incorporar apenas guias de luz e, caso incorpore algum sofredor, por exemplo, serão casos pontuais que tem relação com seu karma, não com seu desenvolvimento mediúnico em si. Aos poucos, recebendo os Guias que o acompanham, o médium consegue identificar a energia do Preto Velho, do Exu, do Caboclo, do Boiadeiro e assim por diante, então tem o discernimento para identificar se ali está manifestado um Guia de Luz ou um zombeteiro qualquer. E isso é algo que conseguimos com o tempo e muito, muito treinamento (por isso a importância do desenvolvimento mediúnico dos terreiros).

Quando saímos do terreiro, temos condições, sim, de nos proteger, mas é algo muito pessoal e tem mais relação ao nosso comportamento enquanto médium (lembramos que somos umbandistas o tempo todo, não apenas nas giras). Quando usamos nosso Livre Arbítrio para dar passagem a algum espírito, temos que ter a plena consciência que estaremos muito menos protegidos do que se estivéssemos no terreiro, então existe uma grande possibilidade de recebermos um kiumba que, inteligente como muitos deles são, se passam por nossos Guias e nos enganam. Quando isso acontece é extremamente perigoso por inúmeros motivos, mas o principal é que o médium dá passagem para que seja manifestado um kiumba (que nada mais é do que um espírito de baixa vibração que sabe o que está fazendo e age errado de propósito), e esse obsessor faz o que??? Conversa com as pessoas e, muitas vezes, dão até consulta.

Percebam o tamanho do problema que existe em um ato de irresponsabilidade. O médium, mesmo que com as melhores das intenções, dá passagem para um obsessor que atende alguém que está com algum problema, e pode dar conselhos que vão piorar ainda mais a situação da pessoa. Pode ocorrer uma série de problemas um atrás do outro e todo aquele trabalho de firmeza que o Pai ou Mãe de Santo fez para ajudar o médium, seja jogado no ralo por conta disso.

Agora vejamos mais uma "coincidência". Acredito que perto de 90% dos casos de médiuns que incorporam fora do terreiro, especialmente na rua ou em baladas, estão sob efeito de drogas ou álcool (que nada mais é do que uma droga legalizada). Se no Terreiro, que é um local onde existe toda uma proteção baseada em fundamentos rígidos, não é permitido beber e incorporar, porque alguém em sã consciência acharia que é permitido fazer isso na rua ou em uma balada? Como diz o título de um excelente grupo de discussão que participo no Facebook, Umbanda TEM FUNDAMENTO, então abrace o fundamento de nossa religião e não incorpore fora do terreiro. Essa é uma situação ruim para todo mundo envolvida, não só para o médium que toma essa precária decisão.

Mas existem médiuns que conseguem incorporar fora do terreiro de uma forma consciente e segura? É caro que sim... mas mesmo com toda experiência do médium (e apenas os mais experientes conseguem), é sempre bom lembrar que os preceitos necessários para se dar passagem a um Guia de Luz são comuns a todos, independente de sua caminhada ou do cargo que exerça na religião, portanto incorporar em casa sob efeito de álcool é errado para qualquer pessoa. Não há distinção entre sacerdote ou um médium iniciante. 

Quando há a incorporação em casa, além de ter que existir todo o preceito já estabelecido (não comer carne, não beber, não manter relação sexual, etc), também é necessário firmar a casa do médium com as forças que fazem a segurança de qualquer local; ou seja, tem que existir uma tronqueira muito bem cuidada para evitar surpresas.

Resumindo, não aconselho ninguém a dar passividade aos Guias de Luz que os acompanham fora do ambiente mais seguro e propício para tal atividade, que é o terreiro onde o médium trabalha. Se surgir uma situação onde você acredite que o Guia pode te ajudar, então firme o pensamento para ele e peça toda a ajuda necessária para ajudar quem precisa. Lembremos que somos médiuns o tempo todo e podemos (e DEVEMOS) estar sempre em comunhão com nossos guias, não precisando necessariamente incorporá-los.

Se for beber, não incorpore.

Axé

Obs: existem exceções, povo lindo.... EXCEÇÕES!


segunda-feira, 11 de março de 2019

Atendimento por Conhecidos

Querem tema polêmico? Então, toooomaaaa polêmica.

Em quase todo terreiro que tive o prazer de conhecer ou trabalhar existe uma regra que é mais ou menos a seguinte: parente não atende parente e parente não cambona parente. Acredito que isso deve ser uma orientação nos terreiros da maioria dos leitores, mas vamso tentar entender o porque isso acontece.

Primeiramente precisamos entender que NÃO EXISTE mais médium inconsciente. Os raríssimos médiuns 100% inconscientes que existem são aqueles que iniciaram seu trabalho na Umbanda há mais de 60 anos. Os médiuns mais novos são semiconscientes. Isso não quer dizer que o médium sabe de tudo que está acontecendo durante o atendimento e que consiga lembrar de tudo. Nesse tipo de mediunidade (que é a mais comum), a pessoa consegue receber os recados que o Guia precisa que ele escute, mas não faz com que o médium tenha acesso às informações do atendimento em si. Sabe os trejeitos dos Guias quando incorporam? Então, eles ficam mais brandos no médium semiconsciente (se vocês acham que falar grosso é a principal característica de um Exu incorporado no médium inconsciente, então revejam seus conceitos). 

A palavra "semiconsciente" na Umbanda denota, também, que as informações ficarão no subconsciente do médium, o que permite a contrapartida, ou seja, informações do subconsciente do médium "interferirem" no atendimento ao assistido. Logicamente não há problema no atendimento de pessoas que o médium conheça e não tenha uma ligação mais íntima, até porque é comum em alguns terreiros os assistidos acabarem conhecendo e conversando com os médiuns. Aliás, como o trabalho é sempre em conjunto entre médium e Guia, nada mais justo do que o Guia utilizar algum tipo de conhecimento do médium para ajudar a solucionar alguma situação do assistido. Isso é o que faz nossa Umbanda ainda mais linda: união entre todos, inclusive médium e Guia.

No entanto, quando existe o atendimento a uma pessoa íntima do médium, não apenas o conhecimento de alguma situação é colocada à tona, mas pode existir o direcionamento do atendimento pelo médium. Mas como assim, Sergio? Quer dizer que o médium pode influenciar o Guia? A resposta pode assustar, mas ela é bem direta: SIM, PODE!!!! A Umbanda trabalha baseada no Livre Arbítrio, então o Guia não pode impedir que seu médium "passe na frente" durante um atendimento. O que ocorre depois é uma consequência imposta pela Espiritualidade junto ao médium, mas aí o estrago pode já ter sido feito. É sempre bom ressaltar que quando o médium "passa na frente" do Guia, não existe necessariamente uma mistificação, mas o animismo fica mais forte e o Guia, mesmo estando ali presente, fica com menos força na incorporação que o médium.

Vamos imaginar uma situação hipotética: um assistido vai no terreiro querer saber sobre abertura de caminhos em seu trabalho. Quem atende é o seu cônjuge. O Guia de Luz pretende falar para a apessoa ir pelo caminho A e fazer tal e tal coisa, mas o médium quer que seu cônjuge faça outra coisa e de uma forma diferente. De forma inconsciente ele vai mandar essa informação para o Guia, que vai passar a informação "errada" para o assistido. É nesse momento que a situação que está ruim tende a piorar. Se fosse para o assistido saber o que seu cônjuge quer falar, que pergunte direto pra ele. Simples assim!

Todos nós, sem NENHUMA exceção, somos dotados de um terrível problema: ego inflado. A cada dia temos que vigiar para não permitir que nosso ego infle ainda mais e nos dê rasteiras, e quando colocamos a mediunidade no meio, a queda via de regra é muito mais dolorida. Para evitar isso os terreiros adotam a prática de não deixar que parentes interajam com os Guias. Não é chatice, é preservação da harmonia.

Bom, vamos para a parte divertida que é identificar os tipos de situações que ocorrem quando temos Guias e conhecidos juntos:


O ÓBVIÃO

Trabalhei em um terreiro em 2013 que existia um determinado médium (muito bom, por acaso) que sempre que recebia seus guias, chamava sua filha para conversar. Ele falava tudo que estava acontecendo na vida da menina, mas coisas que o médium tinha conhecimento. Ou seja, perdíamos pelo menos 5 minutos toda gira esperando que ele falasse com a guria, aquilo que era óbvio, do tipo "hey moça, hoje de manha você tomou água né? Hhhhhmmmm, sei viu"... ou seja, o "obvião"!


BABÁ

Esse aí é o caso mais comum de todos e via de regra envolve marido e mulher ou pais e filhos. A médium recebe seu guia e começa a trabalhar. Seu marido, que foi incumbido de cambonar outra entidade ou até mesmo fazer qualquer outra coisa na gira, presta mais atenção em seu marido do que no trabalho que está acontecendo, o que gera um desequilíbrio gritante na gira. 

Se a médium fizer alguma coisa fora do normal, então, aí só Oxalá na causa. A pessoa só falta ter um ataque cardíaco e sair correndo rsrsrs é ou não e verdade, irmãos?


CHICO XAVIER

Calma, não vou falar do nosso amado e saudoso Chico Xavier (o qual devemos muito respeito e admiração), mas sobre a impressão que algumas pessoas têm sobre seus parentes médiuns. Eu já trabalhei em um terreiro e existia um médium que era novo na religião, mas tinha um histórico muito grande de médiuns em sua família, então ele sabiamente entrou na religião para desenvolver, e acabou fazendo isso de uma forma bastante rápida e precisa (é um médium realente muito bom). O único "detalhe" era sua noiva, que o tratava como se fosse o novo Chico Xavier, dizendo que ele tinha essa e aquela capacidade, e que as outras pessoas que trabalhavam no terreiro não tinham a capacidade ajudá-lo. 

E, logicamente, ele era um médium comum como todos os demais, sem nada que o diferenciasse na parte espiritual e mediúnica. Demorou, mas a sua noiva aprendeu que aquele posicionamento dela era prejudicial, pois causava um constrangimento entre todos os trabalhadores (porque ninguém o considerava o "novo Chico") e atrapalhava o desenvolvimento do médium, que acabava acreditando que ele era algo além daquilo que realmente deveria ser.



Bom, esses são alguns exemplos mais comuns. Você conhece outros? Tem alguma experiência para compartilhar? Então comente aqui ou me mande um WhatsApp (11 99913-5474) para conversarmos melhor.

Que Oxalá abençoe a todos.

Axé

quarta-feira, 6 de março de 2019

Fechamento de Corpo

Antes de começar com esse texto, quero convidar aos leitores de São José dos Campos, Jacareí e região a participarem do Curso Ensinamentos de Umbanda, que será realizado em jacareí todas as quartas a partir do dia 20/03. Me chamem no WhatsApp (11 99913-5474) para maiores informações. 

Olá meus irmãos em Oxalá. Espero que todos tenham passado um ótimo Carnaval, com bastante alegria, diversão e respeito ao ori que carregam. Bom, já que o último texto foi sobre a Quaresma na Umbanda, achei legal trazer pra pauta um texto sobre outro ritual que é comumente realizado nos primeiros dias da Quaresma, que é o tão conhecido "Fechamento de Corpo".

Eu particularmente acho esse ritual um dos mais lindos que existe, pois apesar de não ser originário na Umbanda, ele remete à várias religiões que, de forma ecumênica, trouxeram para o Brasil esta prática. Lá no Século XV os portugueses saqueavam a África, com o intuito de comercializar os escravos (eu tenho nojo toda vez que sou obrigado a escrever isso, mas é a mais pura realidade). No alto da arrogância católica, eles tentavam converter os escravos, mas isso não acontecia da forma esperada. Nas viagens para o Brasil, alguns escravos ao invés de rezarem para os santos católicos, realizavam rituais religiosos voltados basicamente na cultura iorubá, onde eram benzidos e protegidos. No início esses rituais eram castigados pelos europeus, mas quando eles colocavam os pés em terras tupiniquim, sofriam de várias doenças por não estarem (eles, os homens brancos) acostumados. Como seus remédios eram escassos, acabavam recorrendo aos escravos e seus rituais.

Esta foi a semente do ritual de fechamento de corpo como conhecemos atualmente, mas houve uma série de mudanças. O ritual dos escravos eram bastante invasivo e entre as práticas, existia um corte que era feito na pessoa e naquela incisão era colocada as ervas consagradas para o Orixá que regia aquele indivíduo. Na Umbanda eu nunca ouvi falar de rituais que precisem cortar alguém, sendo geralmente feito manipulação de ervas, muito oração e confecção de patuás. 

Antes mesmo da Umbanda se popularizar, o Sertanejo já realizava uma forma adaptada de fechamento de corpo, sendo que um dos maiores defensores desta prática era Virgulino Ferreira, mais conhecido como Lampião, líder do Cangaço, que praticamente obrigava seus companheiros de batalha a rezar de forma fervorosa todas as manhãs, pedindo proteção (inclusive para São Jorge, que na Umbanda é sincretizado com Ogum e é nosso protetor). Era muito comum os sertanejos andarem com pequenos patuás de proteção o tempo todo. 

O Catimbó também é uma religião que utiliza o ritual de Fechamento de Corpo, sendo que nossos irmãos juremeiros realizavam inúmeras rezas específicas, além de "cruzar" a pessoa com pinga curtida com a casca da Jurema e muita defumação. 

A Umbanda, sendo uma religião moderna como sempre foi, acabou "emprestando" um pouco de cada ritual e estabeleceu o seu próprio. Vale sempre a pena ressaltar que não existe uma forma única de se fazer algo dentro da Umbanda. O que existe é algo com ou algo sem fundamento. Se tem fundamento, pode e deve ser feito; se não tem, deve ser repensado. Eu vou citar alguns dos rituais que conheço para fechamento de corpo, mas lembrando que de forma alguma deve ser feito por pessoa inexperiente, ou substituir a forma como o terreiro que você trabalha ou frequenta atua. Confie no seu Pai ou na sua Mãe de Santo. Eles sabem como agir da forma correta com seus filhos.

Vamos aos rituais:

RITUAL 1

Ingredientes: 

Um pote com azeite e dentes de alho;
1 vela palito cruzada preta e branca ou somente branca.

O azeite junto com os dentes de alho são benzidos pelos Pretos Velhos e ficam energizados pela vela firmada e consagrada a Obaluaiê.

Cada um dos médiuns tem o sinal da cruz feito na testa, no peito, nas mãos e nos pés (sempre com o óleo ungido). Este cruzamento pode ser feito pelo Sacerdote da casa ou, em alguns terreiros, ele é feito entre os filhos (são divididos em duplas e um cruza o outro), o que representa a união, harmonização e a capacidade de benzimento de todo médium umbandista.

No final do ritual, dá-se passagem aos Exus dos dirigentes do Terreiro (ou de médiuns de consulta), os quais realizam o fechamento do trabalho, imantando sua energia de proteção junto aos médiuns.

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RITUAL 2

Ingredientes: 

Um pote com azeite e dentes de alho;
1 vela palito cruzada preta e branca ou somente branca.
Pano preto (o quanto necessário);
Olho de Cabra (1 para cada médium);

O ritual de benzimento com o azeite e o óleo é o mesmo, porém junto ao azeite sendo energizado, também é colocado os olhos de cabra e o tecido. O tecido é costurado em volta do olho de cabra, e naquele momento é consagrado como patuá, e deverá ser usado pelo médium o tempo todo durante a Quaresma.

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RITUAL 3 (de Tata Caveira)

Este é um ritual que aprendi com o amigo e mestre Tata Caveira, e conforme ele mesmo diz, "não é um daqueles rituais que devem ser escondidos". 

Ingredientes:

1 vela palito preta;
1 vela palito branca;
1 vela palito vermelha;
1 fio de contas pequenas preto e pequeno (que caiba no bolso);
Barro ou argila;
Folha de mamona (bastante);
Defumação com as ervas de Omulu + casca de alho.


O Exu (incorporado ou irradiando sua energia no médium) deve consagrar as folhas de mamona. Sob essas folhas é colocado o barro (ou a argila). Em cima do barro os fios de conta (1 para cada médium) são colocados. As velas são dispostas em torno das folhas, sendo a preta do lado direito, a vermelha no direito e a branca no centro (parte de cima). Elas deverão ser firmadas e consagradas para Exu Tata Caveira e ficarão imantando tudo por pelo menos 30 minutos. 

Cada uma das guias deverá ser retirada daquela firmeza pelo Guia incorporado e entregue individualmente para cada médium, que também receberá as bênçãos no passe de Seu Tata Caveira.

Todo o ritual deve ser realizado com a defumação queimando na porteira do terreiro.

O médium deverá usar o fio de contas cruzado o tempo todo, preferencialmente em local não visível (por isso pode ser pequeno).

O barro e as folhas de mamona deverão ser descarregadas no cemitério.

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RITUAL 4 (dos Baianos)

Ingredientes:

1 vela palito branca para cada médium;
1 vela palito vermelha ou azul escuro;
1 vela palito branca;
1 pedaço de tecido vermelho ou azul escuro para cada médium;
1 medalha pequena de metal (o Guia Espiritual vai intuir de qual santo ou Orixá será usado);
Linha de costura;
Pemba ralada;

A pemba será ralada enquanto se canta ponto de Iansã, visando consagração.

O tecido vermelho ou azul (dependendo de qual cor seu terreiro cultua Ogum) ficará disposto, já cortado em tamanho pequeno, em alguma vasilha e será firmada uma vela vermelha ou azul (idem ao caso do tecido).

As medalhas ficarão em outra vasilha, imerso em água mineral, sendo consagrada aos Baianos com a vela branca;

As medalhas deverão ser costuradas no pedaço de pano. Cada médium confeccionará este amuleto para si.

Cada médium será cruzado com a pemba por um Baiano incorporado, que também consagrará o amuleto. No final cada médium receberá a vela palito (também consagrada na hora pelo Guia), a qual deverá ser firmada na frente do congá, em intenção a Ogum.


Esses são os rituais que mais conheço dentro da nossa amada religião. Você conhece algum outro e deseja compartilhar? Me mande uma mensagem.

Axé