Na última quarta-feira tivemos uma aula no TUOBM sobre a Espiritualidade dos Animais. Foi mais uma experiência incrível, com troca de ideias e diferentes conceitos.
Segue abaixo o resumo que cada aluno recebeu para orientação da conversa:
ESPIRITUALIDADE DOS ANIMAIS
IMPORTANTE: não existe
informações consistentes na literatura umbandista sobre o tema. Tudo que será
dito é baseado em conversa com guias e na literatura espiritualista num geral.
Alguns Conceitos Espiritualistas e Alguns Fatos Científicos:
·
Deus criou o Universo. Dentro deste universo existe incontáveis
mundos. Esses mundos são criados gradativamente juntamente com seus habitantes.
·
Nosso planeta teve origem a cerca de 4,5 bilhões de anos. A
primeira vida surgiu na Terra 1 BILHÃO de anos depois.
·
As primeiras formas de vida eram seres minúsculos. Com os anos
foram se formando mais complexos e deram origem às células, depois às plantas e
posteriormente os animais invertebrados que habitavam o mar. Depois surgiu a
vida em terra firme, e depois no ar.
·
Todo ser passa sua encarnação buscando evolução (ética, moral e
INTELECTUAL).
O
principal conceito que temos que entender é o que é ética, moral e intelectual,
para podermos saber do que se trata cada evolução.
·
Ética:
conjunto de regras e preceitos de um grupo ou uma sociedade;
·
Moral:
são regras e preceitos de ordem pessoal. São os valores que cada pessoa tem e o
fazem ser alguém “bom” ou “ruim” (conceito pessoal);
·
Intelectual:
capacidade do ser em entender e refletir sobre algo. Reforçando que evoluir
intelectualmente não é fazer algo de forma repetitiva, como ser adestrado;
Seres Humanos: nós temos a capacidade de adquirir
informação sobre algo e refletir sobre essa coisa.
Exemplo: um ser humano aprende o que é uma arma
de fogo e aprende o que ela pode causar. A partir de então ele reflete sobre
seu uso e decide se vai usar ou não, ou se usaria ou não. Baseado nisso ele
cria um conceito MORAL sobre o assunto (independente do que a sociedade diga,
ele terá o seu conceito pessoal do que é certo ou errado).
Esse
tipo de situação é uma corrente que liga um conceito ao outro: evolução
intelectual leva à reflexão moral e ética sobre algo.
Animais:
·
Um ser animal não possui a capacidade intelectual
para raciocinar sobre algo. Não possui o dom da reflexão;
·
Um animal pode aprender algo através da repetição
de alguma situação ou instrução (ser adestrado, por exemplo);
·
Este aprendizado, porém, não reflete uma evolução
intelectual, mas sim o cérebro trabalhando de forma automática;
·
Não podemos ensinar um cachorro sobre o que é
guerra e esperar que ele reflita a respeito e, desta forma, obtenha seus
valores pessoais a respeito disso.
Os Animais Não São
Todos Iguais
Alessandro Viana é
um especialista no assunto. Ele diz que “há diferença entre os animais. O
peixe é puro instinto, enquanto cães, gatos e golfinhos possuem certa
inteligência”. Isso é reforçado pela própria Doutrina Espírita que diz que
todo ser passa por uma evolução, não sendo possível a “metempsicose”
(alma humana que desencarnou, reencarnar em corpo físico inferior da evolução).
Em tese, um peixe em algum momento evoluirá para um gato ou um cachorro (ou
algum ser semelhante em outro plano).
Alguns animais
estão no topo da evolução e, não atoa, se tornaram os animais que convivem mais
próximos aos seres humanos. Alguns cachorros, por exemplo, são muito mais
inteligentes que outros e possuem uma sensibilidade para aquilo que não vemos
(é uma espécie de “mediunidade animal”).
O animal que
consegue ver e “interagir” com o Plano Espiritual, possivelmente está em seu
último estágio de evolução antes de encarnar como ser humano (ou parecido).
O animal que
consegue sentir vibrações do Plano Espiritual e até mesmo ver algum
desencarnado, está em um grau de evolução tão grande que consegue usar seu
instinto para acessar o canal mediúnico, já que a mediunidade é, segundo Kardec
“um fenômeno intelectual, onde a mente do médium, através de seus
conhecimentos, serve de canal de comunicação”.
Ou seja, para os
humanos, não existe a possibilidade de desenvolver a mediunidade de forma
instintiva, diferente do que pode ocorrer com alguns animais.
E Quando um Animal Desencarna?
·
Independente de sua evolução individual, os
animais são mais presos à matéria que os seres humanos. Apesar disso, dificilmente
um animal fica preso ao mundo material por muito tempo após seu desencarne;
·
Os animais mais evoluídos (cães, gatos, macacos,
etc) são recebidos por irmãos incumbidos em ajudar na passagem. Este momento é
algo rápido, pois não existem animais errantes (que ficam vagando antes de
reencarnar);
·
Existem relatos de animais nos planos espirituais,
mas o que seriam? Eles realmente andam por lá?
Animais no Plano Espiritual
Se os animais ficam pouco tempo no Plano
Espiritual, como se explicam os relatos abaixo?
“Aves de monstruosa
configuração, mais negras do que a noite, de longe em longe se afastavam de
nosso caminho” - André Luiz em “Nosso
Lar”.
“Existem exemplos de
mutilações provocadas por ratos e baratas em masmorras” - Hermínio C Miranda, em “Diálogo com as
Sombras”.
Existem casos em que alguns seres podem ser confundidos com
animais, por não terem passado pelo nosso planeta antes do desencarne, mas são
raras as situações. Na maioria dos casos trata-se de “animal” criado
fluidicamente como um objeto. Um boiadeiro recém desencarnado, por exemplo,
pode criar seus bois, sem que existam ali espíritos de animais.
O Que as Outras Religiões Dizem
·
Católicos: até hoje não existe consenso a
respeito. O Papa Francisco alega que “a Sagrada Escritura nos ensina que a
realização do Armagedon afeta tudo ao nosso redor”, então algumas pessoas
interpretaram como se os animais fossem para o Céu. O Papa João Paulo II em
1990 disse que,sim, os animais têm alma;
·
Os Muçulmanos alegam que todas as almas são
eternas, o que incluiria inclusive a dos animais. O problema está no fato de
toda alma ter que, obrigatoriamente, ser julgado por Deus. Não existe,
portanto, consenso a respeito;
·
O Budismo diz que os animais e os seres humanos
são iguais (os dois possuem as mesmas capacidades), portanto um animal pode
reencarnar como humano e vice-versa;
·
O Hinduísmo acredita que os animais evoluem após
seu desencarne, passando a ser humanos. Ou seja, todo humano algum dia teria
sido um animal em vidas passadas. Segundo o hinduísmo, os animais precisam
deste passo para ficarem mais próximos de Deus (os humanos seriam as criaturas
mais próximas dEle);
·
No Judaísmo não há um conceito claro sobre Céu e
Inferno, mas o mais curioso é que eles são categóricos quando alegam que os
animais têm alma. Eles não comem carne de animais que rastejam ou que vivem nos
próprios detritos (porco, caranguejo, camarão, etc). E também não comem carne
mal passada por entenderem que o sangue é a essência do ser. Não existe um
consenso sobre a alma animal ser tão divina quanto a humana;
·
No Candomblé a alma dos animais é entendida tanto
quanto na Umbanda ou Kardecismo (um estágio da evolução). Vale ressaltar que o
sacrifício quando ocorre não é apenas uma morte do animal, mas uma metamorfose
que gera união entre animal, humano e divino. O animal é liberto de sua prisão
carnal.
São Francisco de Assis
Alguns terreiros de
Umbanda mais antigos sincretizavam São Francisco de Assis com Xangô. Algumas
casas entendem que São Francisco de Assis é um Caboclo de Xangô falangeiro. É
um dos raros santos que, mesmo não existindo um sincretismo declarado, é tido
como referência na Umbanda devido sua dedicação a Deus e à caridade junto aos
pobres e os animais.
São Francisco não
era apenas um amante dos animais, mas de tudo criado por Deus. Para ele, os
animais e o Sol, por exemplo, tinham o mesmo peso. Por isso São Francisco
não era vegetariano, afinal de contas comer uma galinha era a mesma coisa
que comer um alface, por exemplo.
Recado Final
“Todos somos
criaturas de Deus e existimos para Sua obra. Não existe uma pessoa mais
importante que outra e não existe uma pessoa mais importante que um animal, nem
animal mais importante que uma árvore. Tudo existe com seu propósito, e em um
momento todos estaremos juntos do Pai, como um único ser” - Pai Joaquim
de Aruanda
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